Estratégias DE OTIMIZAÇÃO DA PORÇÃO Fc DE
ANTICORPOS TERAPÊUTICOS
Estes receptores desempenham
um papel no salvamento de IgG através da sua ocorrência na via de endocitose em células endoteliais. Quando a IgG é
internalizada por meio de pinocitose, receptores Fc se
ligam a IgG e impedem sua degradação
no ácido endossomal,
reciclando-a para a superfície celular, libertando-a em pH básico no sangue, e
assim impedindo de sofrer degradação lisossomal (Fig 2.). Este mecanismo pode proporcionar uma
explicação para a maior semi-vida de IgG no sangue em comparação com outros
isotipos. Tem sido demonstrado que a conjugação de algumas drogas com o domínio
Fc de IgG aumenta significativamente a sua meia-vida, até o momento cinco
drogas no mercado têm a porção Fc fundida com a proteína efetora, a fim de
aumentar a sua meia-vida. São eles: Alefacept , Rilonacept, Etanercept, Romiplostim e Abatacept.
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O Dr. Valderilio Feijó Azevedo juntamente com o Dr. Ignácio Maglio abordaram o assunto medicamentos Biológicos e Biossimilares em um congresso na Argentina.
Atualmente a Argentina ainda esta elaborando uma lei de registro para medicamentos Biossimilares, por isso a grande importância desse debate para que sejam tomadas decisões coerentes, que beneficiem a industria e o paciente. Confira conosco a entrevista fornecida pelo Dr. Valderilio Feijó Azevedo a seguir.
Neste espaço os temas "Biossimilares" e "Biológicos" serão abordados de uma forma didática através de Vídeo-aulas e apresentações, com o intuito de contextualizar, educar e informar nossos leitores sobre os temas pertinentes desse blog e do II Fórum Latino Americano de Biossimilares e III Fórum Brasileiro de Biossimilares 2012, que será realizado este ano dias 3 e 4 de Agosto.
---PARTE 1---
POSSÍVEIS INTERVENÇÕES CLÍNICAS DA PORÇÃO Fc DE ANTICORPOS
A
partir do advento dos hibridomas (fusão de células B e células de mieloma) por
Georges Köhler e Cesar Milstein (1975), os anticorpos monoclonais têm sido a lendária
“bala magica” da ciência moderna, na qual poderia alvejar exclusivamente os
males do organismo.
Existem
inúmeras estratégias para trabalhar com anticorpos monoclonais. Desde
aplicações rotineiras de laboratório (análises) até o emprego clinico para o
tratamento de diversas patologias como artrites, câncer dentre outras.
No mercado existe uma vasta lista de monoclonais
contra vários tipos de doença, aqui podemos destaca o Adalimumab, Infliximab,
Trastuzumab, Rituximab, Trastuzumab, Cetuximab e Bevacizumab.
Atualmente
utilizam-se anticorpos monoclonais provenientes da tecnologia de DNA
recombinante e técnica de Phage Display,
proporcionando seu uso em humanos. Sendo os anticorpos monoclonais moléculas
recombinantes, existe a grande possibilidade de reações imunogênicas após a
administração repetida em pacientes, que acarretam além de reações adversas, a
inibição da eficácia do medicamento, por isso ao decorrer dos anos diversas
estratégias foram criadas para reduzir a imunogenicidade, como anticorpos
quiméricos (porção Fc humano com a porção de ligação com o antígeno murino),
humanizados (apenas as Regiões
Determinadoras de Complementaridade-CDR murina) e anticorpos totalmente
humanizados. Mesmo assim os anticorpos ainda precisam ser melhorados quanto sua
eficácia.
Atualmente
diversas pesquisas tem levantado esforços para otimizar a região Fc (porção que
interage com Citotoxicidade celular dependente de anticorpo [ADCC],
citotoxidade dependente de complementaridade [CDC] e com receptores Fc neonatal
[FcRn]) e com isso elevar ainda mais a eficácia dos anticorpos terapêuticos.
Receptores Fc gamma (FcγR) também são um alvo da porção Fc de anticorpos terapêuticos,
pois se sabe que à ativação e desativação de células efetoras via FcγR é
explorada em terapias para o câncer, doenças infecciosas e auto-imunes.
Citotoxicidade
celular dependente de anticorpo (ADCC) e Citotoxidade dependente de
complementaridade (CDC)
A
Figura 1 esclarece de imediato as distinções entre o ADCC e CDC, mecanismos
fundamentais do sistema imune.
O
ADCC é formado por células (Células Natural killer, neutrófilos e eosinófilos)
que possuem um receptor que interação com um anticorpo para fagocitar um corpo
estranho. Enquanto que o mecanismo CDC emprega moléculas complementares que
interagem com a porção Fc do anticorpo para iniciar o processo de lise celular.
Estratégias para otimizar a porção Fc de anticorpos como o Rituximab
(anti CD20) são mediadas para maximizar esta interação ADCC ou CDC.
Figura 1- Retrata o emprego de um
anticorpo anti-CD20 presente em células B. A porção Fc do anti-CD20 pode
interagir com receptores de células Natural Killer (ADCC) resultando na morte da
célula B, em contrapartida também é possível ocorrer a interação entre a porção
Fc do anti-CD20 com um complemento de citotoxidade dependente (CDC) que
resultará também na morte celular. Fonte: Jeffrey e Browning (2006).
Receptores
Fc neonatal (FcRn)
Figura 2 -
Retrata a entrega de anticorpos da mãe para o filho através da interação de
FcRn impedindo a degradação do anticorpo no endossomo. Levando esta ideia para
a prática clinica, a meia-vida de anticorpos podem ser ampliadas empregado esta
interação FcRn, aumentando
sua eficácia. Fonte: Derry C. Roopenian &
Shreeram Akilesh (2007).
Receptores
Fc gamma (FcγR)
A ativação de receptores FcγR
(FcγRI, FcγRIIa e FcγRIIIa) culmina na sinalização de leucócitos, após a
ligação de um anticorpo. Da família dos receptores FcγR, terapeuticamente, o
receptor FcγRIIIa é o de maior importância, pois este é responsável pelo
desencadeamento de ADCC mediada principalmente por Células Naturas Killers,
além de possuir um polimorfismo funcional importante.
A variação polimórfica na posição
158 (Valina-Val) no receptor FcγRIIIa, é uma posição de forte ligação com IgG,
demostrando uma forte indução de ADCC, enquanto que a variante Fenilalanina
(Phe) é uma posição de ligação fraca. Estes dados suscitam estratégias para
otimizar anticorpos que pretendem ampliar sua ação com ativação de ADCC, e isso
já é uma realidade como no caso do Trastuzumab, Cetuximab e anti-Rho.
O polimorfismo do receptor FcγRIIa
(outro receptor de ativação) na posição His131Arg presente em células derivada
da mielóide, também tem influenciado o emprego de Rituximab juntamente com o
receptor FcγRIIIa.
Fonte: Kaneko and Niwa. Optimizing
Therapeutic Antibody Function Progress with Fc Domain Engineering. Biodrugs
2011; 25 (1): 1-11
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O Dr. Valderilio Feijó Azevedo juntamente com o Dr. Ignácio Maglio abordaram o assunto medicamentos Biológicos e Biossimilares em um congresso na Argentina.
Atualmente a Argentina ainda esta elaborando uma lei de registro para medicamentos Biossimilares, por isso a grande importância desse debate para que sejam tomadas decisões coerentes, que beneficiem a industria e o paciente. Confira conosco a entrevista fornecida pelo Dr. Valderilio Feijó Azevedo a seguir.
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Para inaugurar o espaço "Acervo Educacional" do blog Fórum Biossimilares, apresentamos uma ótima vídeo aula do Prof. Ph D. Gilberto Castañeda (Instituto Politécnico Nacional – México) em parceria com a ClapBio, denominada "Introducción a los Medicamentos Biotecnológios y Biosimilares".
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